O Presidente da Irlanda, Michael D Higgins, criticou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, por seus comentários sobre o conflito entre Israel e o Hamas durante sua recente visita a Israel. Von der Leyen tem enfrentado críticas dentro e fora da União Europeia (UE) por não pedir explicitamente que Israel cumpra o direito internacional enquanto responde ao ataque mais mortal desde 1973.
Chamado a uma melhor atuação diplomática da UE
Durante a abertura do Fórum Mundial da Alimentação em Roma, Higgins enfatizou a necessidade de a União Europeia ter uma atuação mais eficaz na diplomacia. Ele expressou preocupação pela falta de consulta aos Estados europeus antes das declarações de apoio a Israel feitas por Von der Leyen. Higgins questionou a legitimidade e a autoridade dessas decisões, considerando-as prejudiciais.
Posicionamento de Von der Leyen e discordância da Irlanda
Von der Leyen afirmou que Israel tem o direito de se defender, destacando que a resposta de Israel demonstrará sua natureza democrática. No entanto, os diplomatas da UE não concordaram com essa posição e não pediram explicitamente que Israel siga o Direito Internacional Humanitário.
Higgins sublinhou que Von der Leyen não representava a Irlanda e não refletia as opiniões do Taoiseach (Primeiro-Ministro) ou do Tánaiste (Vice-Primeiro-Ministro). Esses líderes políticos irlandeses expressaram a crença de que Israel está violando o direito internacional em sua resposta ao ataque do Hamas, que resultou na morte de mais de 1.200 civis israelenses.
Críticas à abordagem do conflito
Higgins expressou sua preocupação com as ações que considerou precipitadas e imprudentes no conflito, resultando em um grande número de mortes de civis. Ele enfatizou a importância de manter e insistir na observância e coerência do direito internacional, especialmente diante de violações históricas e do atual cerco a Gaza.
O cerco envolveu bombardeios intensivos em uma das áreas mais densamente povoadas do planeta, juntamente com a interrupção do fornecimento de água, alimentos e eletricidade para Gaza. Israel concordou posteriormente em restabelecer o fornecimento de água à região. O Presidente Higgins considerou essas ações uma violação do direito internacional, minando os princípios estabelecidos desde a Segunda Guerra Mundial e as Convenções de Genebra, especialmente no que diz respeito à proteção de civis.