Os números mais recentes do Departamento de Habitação mostram que 10.568 pessoas acessaram acomodações de emergência durante a última semana de julho, acima do recorde anterior de 10.514 em outubro de 2019. Destas, 3.137 eram crianças.
Dublin foi responsável pela grande maioria dos casos, com 5.209 adultos e 2.339 crianças desabrigadas. Julho foi o sétimo mês consecutivo em que aumentou a procura por alojamentos de emergência.
Instituições de caridade expressaram “extrema preocupação” com os números recordes, segundo o presidente executivo da Depaul(instituição que dá suporte a moradores de rua) David Carroll, são necessárias mais unidades com mais camas “para ajudar mais pessoas”. De acordo com ele: “As pessoas solteiras são algumas das mais vulneráveis que encontramos entrando pelas portas das nossas acomodações e são as que acham mais difícil acessar alojamentos de longo prazo.
“É necessário um planejamento e investimento significativo em unidades com camas de solteiro como parte do desenvolvimento de empreendimentos habitacionais privados e sociais para consequentemente poder alcançar mais moradores de rua. No curto e médio prazo, até aumentarmos nossa oferta habitacional, devemos lidar com a crise imediata. O foco na prevenção dos sem-teto é necessário para que possamos cumprir nosso plano nacional de habitação e lidar com a crise no setor privado de aluguel é essencial”.
O porta-voz do Social Democrats Housing(partido político), Cian O’Callaghan, disse que “por trás dessas estatísticas sombrias estão vidas que foram destruídas por um sistema quebrado”. Ele disse que a falta de moradia em Dublin aumentou 28% e a falta de moradia infantil 40% em relação ao ano passado, acrescentando que os números “são a prova de que os planos do governo estão falhando”.
“Quando se trata de habitação, o governo está completamente fora de contato”, disse ele. “O governo fala em acabar com a falta de moradia até 2030, mas não tem plano, estratégia, noção — e os números de moradores de rua estão subindo, não caindo.
“O governo ignorou todos os avisos de que íamos atingir um número recorde de pessoas sem habitação. Eles não ouviram e não agiram.”