sexta-feira, abril 26, 2024

‘As pessoas estão com muito medo’: brasileiros de Gort sobre as novas restrições

‘As pessoas estão com muito medo’: brasileiros de Gort sobre as novas restrições

Os brasileiros que vivem em Gort(Galway) temem a taxa de infecção do Covid-19, dentro de sua própria comunidade e de

forma mais geral, mas aceitam que mais restrições para viagens do exterior são necessárias.

 

“Não é tão bom, mas é necessário”, diz Giselle Costa, que trabalha na Real Transfer, agência de remessa de dinheiro que ajuda moradores de comunidades brasileiras e outras a mandar dinheiro para casa.

 

“Não gosto muito da ideia de que os brasileiros [que vêm para a Irlanda] precisam se hospedar em um hotel e pagar”, diz ela sobre a proposta de quarentena compulsória. “Ficar em casa 14 dias está bem.”

Restrições com o objetivo de impedir a propagação de variantes do vírus do Reino Unido, África do Sul e Brasil foram anunciadas pelo governo na semana passada.

 

Os passageiros desses países estão sujeitos a um período de auto isolamento obrigatório de 14 dias na chegada. Para quem vem do Brasil e da África do Sul, porém, isso deve ser substituído pelo isolamento obrigatório em hotéis designados, com a conta resultante sendo paga pelo indivíduo forçado à quarentena.

 

As pessoas que entrarem no estado também terão que apresentar um teste PCR Covid-19 negativo com menos de 72 horas.

 

Gort abriga cerca de 2.500 brasileiros, atraídos desde a década de 1990 para trabalhar em uma fábrica de carnes hoje fechada. Muitos agora trabalham em outras áreas, como construção, cargos de cuidado, limpeza, varejo e cabeleireiro.

 

Alta infecção

Isaias Silva, um tradutor, estima que a taxa de infecção do Covid-19 entre os brasileiros na área chega a 30 por cento.

 

“A maioria deles já está bem”, diz ele sobre sua recuperação, “mas seis ou sete foram para a UTI em Galway”.

 

Ele diz que muitos estão voltando para o Brasil porque o trabalho se esgotou à medida que o Estado entra e sai dos bloqueios e porque alguns estão em situação irregular e não têm número do PPS. Isso significa que eles não podem reivindicar o pagamento de desemprego pandêmico e não têm renda

“A maioria deles está em uma situação muito ruim”, diz ele sobre as pessoas sem documentos, “e muitos estão voltando para casa”.

 

Alguns procuram ajuda com a passagem aérea de retorno da Organização Internacional para Migração. No entanto, os laços familiares também continuam a trazer pessoas para a Irlanda, mas o aumento das restrições e os custos envolvidos são uma barreira real.

Medo do Covid

“As pessoas estão com muito medo”, diz Silva. “Eu conheço uma mulher que acabou de ter um bebê, e essa senhora precisa de sua mãe [com ela na Irlanda] e ela está vindo com sua tia.

 

“Isso torna a viagem muito cara [se eles tiverem que ficar de quarentena em um hotel], e eles também têm o medo de serem impedidos de entrar porque haveria novos regulamentos em vigor.”

 

A colega tradutora Lucimeire Trindade diz que as restrições do Covid-19 têm sido particularmente duras para as mulheres brasileiras que

não têm permissão oficial para estar na Irlanda e trabalhar.

 

As restrições que impedem a maioria de viajar mais de 5 km de onde moram e de entrar na casa de outras pessoas tornaram a vida

incomumente difícil para as brasileiras, muitas das quais trabalham como faxineiras.

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