quinta-feira, outubro 10, 2024

Irlanda pode começar a cobrar taxas de acomodação para requerentes de asilo

Irlanda pode começar a cobrar taxas de acomodação para requerentes de asilo

Solicitantes de asilo que trabalham na Irlanda podem ter que pagar até 238 euros por semana pela acomodação fornecida, além de arcar com custos de alimentação e acesso à internet. O governo irlandês está considerando essa medida para endurecer suas políticas de asilo, preocupado que sua oferta aos imigrantes seja mais generosa que a de outros países europeus.

De acordo com as regras da União Europeia, os países membros podem cobrar contribuições de solicitantes de asilo empregados, que variam de 15 a 238 euros por semana, dependendo dos salários. Fontes informaram ao governo irlandês que países como França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda e Hungria já utilizam sistemas semelhantes. A implementação dessa medida na Irlanda pode demorar até dois anos, segundo o Irish Independent.

Nos últimos meses, houve uma série de protestos contra imigrantes na Irlanda, que atravessa uma crise habitacional. O número de solicitantes de asilo quase dobrou nos primeiros seis meses de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.

Bons resultados para o atual governo

A política de imigração mais rígida de Simon Harris, trouxe bons resultados ao partido Fine Gael desde que ele assumiu o cargo de Leo Varadkar em abril. Naquele momento, o partido de oposição Sinn Féin liderava com folga as pesquisas. Contudo, esse apoio diminuiu nas eleições locais e europeias de junho, quando o Sinn Féin foi superado no debate sobre imigração.

Uma pesquisa do Irish Times/Ipsos, publicada na última quinta-feira, mostrou o melhor desempenho do Sinn Féin (partido político) desde 2021, enquanto o Sinn Féin(partido político) registrou seu pior resultado desde antes das eleições de 2020. O Fine Gael subiu quatro pontos, alcançando 27%, sete pontos à frente do Sinn Féin, que caiu para 20%.

A popularidade de Simon Harris cresceu 17 pontos, atingindo 55% de aprovação, o que pode pressioná-lo a antecipar as eleições, previstas para março de 2025. A pesquisa indicou que o governo de coalizão atual poderia ser reeleito caso as eleições ocorressem agora.

Nos Países Baixos, Geert Wilders comemorou o pedido do governo holandês à União Europeia para deixar sua política imigratória, comparando a ação a um “mini-Nexit”. Wilders, político de extrema-direita, venceu as últimas eleições com uma plataforma anti-imigração, mas não participa do governo.

Apesar disso, a Comissão Europeia negou o pedido holandês, declarando que as leis atuais “continuam obrigatórias” para o país. A Hungria também expressou interesse em sair das políticas imigratórias da UE.

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