Lucas Bogucheski ouviu falar de três pessoas fugindo da quarentena em hotel no Aeroporto de Dublin no fim de semana quando sua mãe no Brasil mandou uma mensagem para ele.
“O que diabos está acontecendo no seu hotel?” perguntou ela ao filho brasileiro de 26 anos.
Bogucheski voou para Dublin na sexta-feira para assumir um novo emprego como engenheiro em uma empresa irlandesa, para a qual trabalha remotamente desde outubro.
A ideia de deixar o hotel antes do fim da quarentena de 12 dias, no dia 7 de abril, não vale a pena.
“Eu não faria isso porque a multa é muito cara e não quero ir para a cadeia”, diz ele.
De acordo com Lucas, a quarentena obrigatória dá a sensação de estar na prisão. “É uma espécie de prisão porque quando eu sair daqui para tomar ar fresco, vou ser monitorado por alguém”, diz.
Ele tem permissão para tomar ar fresco três vezes por dia, mas sob supervisão, e somente se o seu teste de Covid-19 do sábado der negativo.
O engenheiro foi um dos primeiros a fazer o check-in obrigatório em quarentena hoteleira do Crowne Plaza, após voar de Paris na sexta-feira, transferindo de um voo de sua cidade natal, São Paulo.
Ele entende a importância de proteger o público contra o vírus. “É duro, mas necessário”, diz.
Caro
No entanto, Lucas acha que 12 dias é muito tempo; ele acredita que as pessoas devem ser liberadas da quarentena mais cedo se o teste for negativo após o quinto dia. E acredita que o custo de € 1.875 por pessoa é muito alto.
“Pesquisei um outro hotel e o custo era de 500 euros, pelo mesmo período de tempo, diz.”
Ele disse que todos os funcionários de Dublin que o cumprimentaram foram “muito tranquilos” e prestativos.
Três refeições são levadas para seu quarto por dia; o jantar é o único que ele pode escolher. Ele pode pedir cerveja à sua porta. O hóspede é responsável por limpar o quarto e colocar o lixo fora.
Bogucheski disse que estará ocupado em quarentena: ele trabalha das 7h às 17h todos os dias e também dá aulas de inglês, e está planejando usar o tempo para ler O Senhor dos Anéis, o épico de JRR Tolkien.
“Estou trabalhando minha mente, tentando ser resiliente”, disse ele.
Fonte: The Irish Times
