Solicitantes de asilo que trabalham na Irlanda podem ter que pagar até 238 euros por semana pela acomodação fornecida, além de arcar com custos de alimentação e acesso à internet. O governo irlandês está considerando essa medida para endurecer suas políticas de asilo, preocupado que sua oferta aos imigrantes seja mais generosa que a de outros países europeus.
De acordo com as regras da União Europeia, os países membros podem cobrar contribuições de solicitantes de asilo empregados, que variam de 15 a 238 euros por semana, dependendo dos salários. Fontes informaram ao governo irlandês que países como França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda e Hungria já utilizam sistemas semelhantes. A implementação dessa medida na Irlanda pode demorar até dois anos, segundo o Irish Independent.
Nos últimos meses, houve uma série de protestos contra imigrantes na Irlanda, que atravessa uma crise habitacional. O número de solicitantes de asilo quase dobrou nos primeiros seis meses de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
Bons resultados para o atual governo
A política de imigração mais rígida de Simon Harris, trouxe bons resultados ao partido Fine Gael desde que ele assumiu o cargo de Leo Varadkar em abril. Naquele momento, o partido de oposição Sinn Féin liderava com folga as pesquisas. Contudo, esse apoio diminuiu nas eleições locais e europeias de junho, quando o Sinn Féin foi superado no debate sobre imigração.
Uma pesquisa do Irish Times/Ipsos, publicada na última quinta-feira, mostrou o melhor desempenho do Sinn Féin (partido político) desde 2021, enquanto o Sinn Féin(partido político) registrou seu pior resultado desde antes das eleições de 2020. O Fine Gael subiu quatro pontos, alcançando 27%, sete pontos à frente do Sinn Féin, que caiu para 20%.
A popularidade de Simon Harris cresceu 17 pontos, atingindo 55% de aprovação, o que pode pressioná-lo a antecipar as eleições, previstas para março de 2025. A pesquisa indicou que o governo de coalizão atual poderia ser reeleito caso as eleições ocorressem agora.
Nos Países Baixos, Geert Wilders comemorou o pedido do governo holandês à União Europeia para deixar sua política imigratória, comparando a ação a um “mini-Nexit”. Wilders, político de extrema-direita, venceu as últimas eleições com uma plataforma anti-imigração, mas não participa do governo.
Apesar disso, a Comissão Europeia negou o pedido holandês, declarando que as leis atuais “continuam obrigatórias” para o país. A Hungria também expressou interesse em sair das políticas imigratórias da UE.