A polícia irlandesa, com o apoio da Europol e de agências internacionais, desmontou uma rede de comunicação criptografada usada por criminosos globalmente. A operação resultou na apreensão de 15 milhões de euros em cocaína e na prisão de 11 pessoas na Irlanda. A plataforma, chamada Ghost, permitia crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e violência, conforme apontado pelas autoridades.
Infiltração na plataforma Ghost
Várias organizações criminosas operavam sob o anonimato da plataforma criptografada Ghost. Contudo, uma investigação internacional coordenada entre nove países permitiu que o sistema fosse infiltrado e desativado. Segundo Seamus Boland, Superintendente-chefe de Polícia Investigativa, “a Ghost era essencial para o crime organizado em larga escala”.
Apreensões e prisões
A operação envolveu buscas em 27 locais diferentes, concentradas em Dublin e no leste da Irlanda. Cerca de 300 policiais, juntamente com agentes da Europol, FBI e Polícia Federal Australiana, participaram. Como resultado, a polícia confiscou, além das drogas, 350.000 euros em dinheiro e vários dispositivos eletrônicos criptografados.
Fragmentação do crime organizado na Irlanda
Seamus Boland observou que o crime organizado na Irlanda agora está mais fragmentado, com várias gangues envolvidas no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. “A gangue Kinahan não é mais a principal organização criminosa na Irlanda”, afirmou ele, destacando a ascensão de novos grupos.
Impacto global da operação
Durante coletiva na sede da Europol, em Haia, Justin Kelly, comissário assistente, destacou a importância dessa operação. Segundo Kelly, cerca de 8,3% dos dispositivos da plataforma Ghost estavam em uso na Irlanda, representando aproximadamente 100 aparelhos. Embora ele não tenha confirmado diretamente o envolvimento da gangue Kinahan, enfatizou que indivíduos de alto poder aquisitivo eram usuários da plataforma.
Criptomoedas e o futuro das investigações
Os grupos criminosos usavam criptomoedas para movimentar dinheiro de forma discreta. Segundo Kelly, esses ativos digitais desempenham um papel fundamental nas operações financeiras das gangues. Boland também mencionou que facilitadores locais ajudavam os criminosos a acessar a “tecnologia Ghost”.
Novas ações e prioridades
Agora, com a interrupção da plataforma Ghost, as autoridades estão planejando novas operações para capturar os líderes e facilitadores desses grupos criminosos. “Nosso foco é investigar indivíduos que utilizavam esses dispositivos para cometer crimes graves”, afirmou Boland. Catherine De Bolle, diretora executiva da Europol, reforçou que, apesar dos esforços das redes criminosas para se esconderem, “elas não conseguem escapar da ação coordenada das autoridades”.
O vice-diretor da Europol, Jean-Philippe Lecouffe, resumiu o impacto da operação: “O jogo acabou para eles”.